Você está satisfeito com o seu salário? Provavelmente não, pois são contínuas as reclamações a respeito da baixa remuneração que, como dizem, não dá para nada. Ouve-se dizer que o dinheiro que se ganha ao final do mês mal dá para quitar débitos anteriormente assumidos. O estranho em tudo isso é que, se as reclamações pela melhoria dos salários provêm de todas as classes trabalhistas, o que se verifica em questão de qualidade de trabalho é quase o caos. Não se percebe, falando de forma generalizada, que as pessoas se preocupem em realizar bem a sua tarefa. Contrata-se um jardineiro para colocar em ordem o jardim. E o que se obtém é uma poda mal feita, grama mal aparada e a terra mal espalhada pelos canteiros. Entrega-se uma criança aos cuidados de uma babá e se percebe a má vontade com que segue os passos vacilantes do pequeno, inquieto e vivaz. Recomenda-se um idoso enfermo a determinado atendente e nos surpreendemos com a forma com que ele é tratado, às pressas, sem atentar para detalhes. Balconistas apressados, servidores desatenciosos, vendedores impacientes. Em todos os lugares nos deparamos com criaturas que somente pensam em olhar para o relógio, no aguardo do final do expediente, atendendo suas tarefas com descuido e até desleixo. À conta disto, decai a qualidade e trabalhos contratados são concluídos e entregues de forma afoita. Se digno é o trabalhador do seu salário, como nos alerta o Evangelho, é também muito justo que o trabalhador execute o seu trabalho com disposição e cuidado. Que nos custará, na qualidade de jardineiros, atender à poda devidamente, afofar a terra com carinho? Afinal, as plantas dependem de nós. Quantos minutos despenderemos a mais se nos detivermos, junto ao idoso ou ao enfermo, e estendermos a colcha com cuidado, interessando-nos pelo seu bem estar? E poderemos acaso nos dar conta da responsabilidade que é zelar pelos passos de um bebê? Podemos avaliar o quão emocionante é acompanhar o desenvolvimento de um ser tão pequeno, e vê-lo a cada dia vencer mais um obstáculo? Não importa qual seja nossa profissão, qual seja a nossa tarefa. O que importa, e muito, é que a realizemos com amor, aprimorando-nos na sua execução. Quer se trate de lavar uma simples peça de roupa ou lidar com sofisticados aparelhos computadorizados, é necessário que nos conscientizemos de que, tanto quanto desejamos receber dos demais o melhor, compete-nos doar o melhor. Portanto, antes de prosseguirmos a reclamar da nossa remuneração, revisemos a qualidade dos nossos serviços. Preocupemo-nos muito mais em nos tornarmos excelentes profissionais, o que significa criaturas responsáveis, ativas, competentes. * * * Sejam quais forem as tuas possibilidades sociais ou econômicas, trabalha! O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade. |
SUNSHINE ANDRADE
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quinta-feira, 15 de março de 2012
O salário ideal
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