Como crises de ansiedade podem te fazer
acreditar que está tendo um ataque cardíaco
Por Carolina Werneck
A Síndrome do Pânico é
caracterizada por crises de ansiedade extremamente fortes. Esse excesso
ocasiona uma série de sintomas que podem levar o paciente a acreditar que está
sofrendo de algum mal súbito.
A maioria das pessoas que sofrem deste mal costuma descrever
sintomas bastante similares. O pânico, em geral, começa com frequentes crises
de ansiedade que se agravam ao longo do tempo.
A dificuldade no diagnóstico do distúrbio se dá devido ao fato
de que os sintomas são inicialmente confundidos com ataques do coração e crises
de asma ou outras doenças respiratórias. Isso ocorre porque a ansiedade causa
dificuldade para respirar adequadamente e, muitas vezes, um descontrole nos
batimentos cardíacos ou mesmo dores, formigamentos, entre outros, normalmente
associados a problemas cardíacos.
Causas
Fatores genéticos podem estar ligados à síndrome do pânico.
Estudos apontam que, em casos de gêmeos, quando um irmão desenvolve o
transtorno, as chances de que o outro também o faça são de 40%. No entanto, na
maior parte dos casos não há histórico familiar da doença.
O abuso de álcool e tabaco, bem como de outras substâncias
tóxicas, também pode ser associado a uma frequência maior de crises de pânico,
principalmente em pessoas que são dependentes dessas substâncias.
Sintomas
Em geral, não há um fato específico que seja responsável por
desencadear um ataque. Na maioria das vezes, também, a crise atinge seu ponto
alto dentro de 10 ou 20 minutos, entretanto alguns sintomas podem perdurar por
algumas horas, após esse ápice. Alguns dos sintomas mais comuns descritos por
quem sofre o distúrbio são:
·
Medo de morrer;
·
tontura ou
desmaio;
·
formigamento das
extremidades (mãos e pés) e do rosto;
·
taquicardia;
·
náuseas;
·
dificuldades para
respirar;
·
dores ou sensação
de incômodo no peito;
·
suor exagerado ou
calafrios.
Outra observação
importante a se fazer é se o indivíduo passa a ter medo do pânico. Uma das características
mais particulares da síndrome é essa: sentir medo de sentir medo. É quando o
transtorno se configura, de fato.
Tratamento
O tratamento destinado a pacientes com síndrome do pânico se
dedica a controlar os sintomas para que o indivíduo possa levar uma vida
normal, sem a interferência das crises. Por isso, normalmente são uma
combinação entre medicamentos psicotrópicos e terapia cognitivo-comportamental
(TCC).
Os medicamentos antidepressivos são os mais usados.
Nomes como o Prozac (fluoxetina) e o Zoloft (sertralina) são amplamente
utilizados, mas o tratamento depende da gravidade do distúrbio, de modo que os
especialistas podem optar por substâncias mais ou menos fortes, de acordo com a
necessidade do paciente.
Dentre esses outros medicamentos, podem ser relacionados os
anticonvulsivos e as benzodiazepinas, inclusive o famoso Valium (diazepam),
embora estas normalmente sejam utilizadas apenas por períodos curtos. Não se
deve iniciar ou interromper o uso de medicamentos sem a devida orientação
médica.
Já a TCC atuará trabalhando conceitos subjetivos, como a visão
que o paciente tem do mundo que o cerca. Normalmente, entretanto, o tratamento
é longo e dedica-se a ensinar ao indivíduo técnicas para interromper esses
pensamentos e comportamentos, substituindo-os por outros, mais construtivos.
Analisar, reconhecer e modificar comportamentos nocivos, além de
possíveis pensamentos desencadeadores das crises é a melhor maneira de amenizar
seus sintomas.